O deputado Major Mecca (PSL - SP) poderá disputar o segundo turno amanhã contra o deputado Pignatari ( PSDB- SP)
Por Walter Brito
Segundo os saudosos Tancredo Neves e Magalhães Pinto, ambos mineiros e desconfiados, política é como nuvem. Você olha e está de um jeito. Olha de novo, e já mudou.
Em São Paulo, locomotiva da nação brasileira, tudo é muito grande, começando pelo PIB, que é o 21º do planeta Terra, com US$ 603,4 bilhões. O nosso orçamento aprovado pela ALESP, para o exercício de 2021, foi de 246,3 bilhões de reais. Apesar dos cortes na saúde e na segurança pública, ocorreu aumento de 70% na propaganda da gestão Doria. Vale lembrar ainda que a nossa população é de 44,9 milhões de pessoas, o que praticamente se iguala à população da Argentina, com 45 milhões, superando os demais países da América do Sul: Peru com 33 milhões, Venezuela com 28 milhões e Chile com 19 milhões de habitantes, entre outros. Referente à pandemia da Covid 19, São Paulo também é campeã e imbatível com 64 mil mortes. As taxas de ocupação dos leitos de UTI dos hospitais está no limite, com 89%. Na sexta-feira, 12/03, São Paulo bateu recorde de mortes em 24 horas com 521 óbitos.
Como se observa ao redor do mundo, as grandes metrópoles estão sofrendo as mudanças exigidas pela nova Ordem Mundial. A eleição da mesa da Assembleia Legislativa de São Paulo é a mais importante, depois da eleição das mesas do Congresso Nacional, Câmara e Senado. Amanhã, segunda-feira, 15/03, certamente teremos uma disputa histórica, e a máxima de que política é como nuvem poderá tornar-se realidade na Casa comandada pelo PSDB por três décadas. No páreo e na disputa, o candidato vinculado ao governador João Doria, Carlão Pignatari, atual líder do governo na ALESP. Jogam com a oposição, a favor da independência dos poderes, como ditou Montesquieu, os seguintes parlamentares: Major Mecca (PSL), Carlos Giannizi (Psol), Sérgio Victor (Novo). Os três defendem que a ALESP se torne independente do Palácio dos Bandeirantes, cujo cordão umbilical está a ela atrelado há 30 longos anos.
O deputado Castello Branco (PSL), amigo e companheiro de caserna do Capitão Bolsonaro, entrevistado pela reportagem, disse que o pensamento de Montesquieu continua em voga e a palavra de ordem é a independência do governo Doria: "Sou um parlamentar que luto por tudo que é justo. Não poderemos admitir que a mais importante Assembleia do País, que é a ALESP, continue no colo do Doria. Nós temos um dos maiores PIBs do planeta Terra e temos um orçamento de 246,3 bilhões de reais, maior que muitos países importantes do mundo. Este mesmo orçamento teve cortes na saúde e na segurança pública, enquanto que a propaganda do governador João Doria teve um aumento de 70%.
Eu conclamo os colegas Guanizi do Psol e Sérgio Victor do Novo para retirarem suas candidaturas e se unirem com o Major Mecca na empreitada de amanhã. Sabemos também que existem diversos colegas da direita que vão somar conosco e impedirmos a vitória do Carlão Pignatari no primeiro turno. Como a eleição será presencial, nos uniremos todos no segundo turno, pois juntos somos mais fortes e juntos seremos um só a favor da democracia plena numa Assembleia que tem que ser exemplo para o resto do país", concluiu Castello Branco.
Como se vê, os mineiros são muito cuidadosos com as coisas da política, e os 95 deputados que formam a maior assembleia legislativa do Brasil exigem uma ALESP como exemplo nacional. Como diz o deputado Castello Branco, percebe-se que nem tudo está resolvido na eleição da ALESP em tempo de pandemia, quando a economia em frangalhos revolta o empresariado paulista que se posiciona contra o governo Doria. Este sonhou em ser presidente da República e vê seu sonho desmoronar no complexo país que está sendo colocado nos eixos em tempos adversos. Com o deputado Aécio Neves na presidência das Relações Exteriores, o conterrâneo de Magalhães Pinto e neto de Tancredo vira o jogo da política e diz que poderá lançar o amigo Arthur Neto, ex-prefeito de Manaus, para disputar as prévias do PSDB para presidente da República ou lançar um nome de fora para disputar o comando do Palácio do Planalto. Desorientado, Doria aperta o cinto e vai para o tudo ou nada na ALESP amanhã, o que poderá dar chabu.
Neste caso, os tucanos de alta plumagem podem perder a hegemonia de 30 anos na ALESP para o fiel escudeiro do presidente Bolsonaro, o Major Mecca do PSL, maior bancada da Casa, frequentada por 5 mil pessoas diariamente!