Comissão dos Bingos rastreou investimentos da Asperbras em Angola, mas não encontrou nenhuma irregularidade

 

Aportes da empresa deram salto quantitativo no transporte urbano do pais

Foto: Divulgação

Cidadãos e companhias que têm ou tiveram relações próximas com o ex-ministro da Fazenda, Antonio Palocci tentaram viabilizar negócios em Angola, para aproveitar a maré de investimentos internacionais injetados nas obras de reconstrução do país, após 30 anos de guerra. 

Naquela ocasião, nos idos de 2003, a CPI dos Bingos rastreou com especial atenção os investimentos feitos com apoio do governo brasileiro, mas não conseguiu encontrar nenhuma irregularidade nas iniciativas do empresário José Roberto Colnaghi, presidente do Conselho de Administração da Asperbras, que mantém negócios em Angola até hoje e mantém relações próximas com integrantes do governo angolano. 

A CPI acreditava que, na ocasião, o então presidente Lula prometeu que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) abriria linhas de créditos para empresários brasileiros investirem naquele país. A CPI buscou saber se essa afirmação não tinha, nos amigos de Palocci, personagens previamente carimbados para estabelecer negócios com Angola, mas não conseguiu comprovar essas conjecturas.

Quase vinte anos depois das várias especulações sobre a possível participação de José Roberto Colnaghi como intermediário para tentar viabilizar negócios em Angola por meio de pessoas ligadas ao ex-ministro Palocci, como Roberto Carlos Kurzweil, Rogério Buratti, Ralf Barquete (já morto) e Vladimir Poleto, as denúncias não se confirmaram.

Hoje, os investimentos de José Roberto Colnaghi no pais africano vão bem. A CPI dos Bingos sabe que a Asperbras, do empresário, confirmou que suas empresas fornecem equipamentos agrícolas e industriais para o país desde 2003. Além disso, é responsável pela construção de hospitais gerais no país e por um  projeto de perfuração de poços que oferece água potável à população.

Atualmente, a Asperbras é o principal parceiro do país africano no TURP (Transporte Urbano Regular de Passageiros). O sucesso do projeto, que já entregou mais 900 ônibus ao longo dos últimos dois anos, possibilitou o desenvolvimento de duas grandes novidades para a população: os terminais interprovinciais e o novo sistema de bilhética. “Esta é uma nova etapa para o TURP que mudará a vida de milhares de pessoas uma vez que for concluída”, diz José Roberto Colnaghi.

O primeiro dos Terminais Interprovinciais será instalado em Luanda e ficará localizado próximo ao Pavilhão Multiuso e Estádio Nacional 11 de Novembro, na Centralidade do Kilamba. Com as obras em andamento desde agosto deste ano, este já é considerado o maior e mais moderno Terminal Rodoviário Interprovincial de Angola. Após sua inauguração, o terminal acomodará cerca de 196 viagens por dia e terá capacidade para transportar 7.840 passageiros diariamente, para diferentes localidades do país.

Já o Terminal Urbano de Luanda, que fica localizado na mesma região, será integrado ao Terminal Interprovincial de Luanda. Este será o primeiro Terminal de Ônibus Urbanos de Angola e ocupará uma área de 4.331,57 m², com área de cobertura de 225,46 m².  Terá a capacidade para mais de 400 viagens por dia e transportará mais de 20.000 passageiros ao redor das províncias, diariamente. As obras deste projeto foram iniciadas em outubro de 2021.


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