
Rendimentos creditados nas contas somam R$ 73 bilhões
Por Andreia Verdélio – Repórter da Agência Brasil
      Pelo terceiro ano seguido, o saldo das cadernetas de poupança        caiu, com o registro de mais saques do que depósitos em 2023, em        um cenário de juros e endividamento ainda altos no país. No ano        passado, as saídas superaram as entradas em R$ 87,82 bilhões, de        acordo com relatório divulgado nesta segunda-feira (8) pelo Banco        Central (BC).
      Em 2023, foram aplicados R$ 3,83 trilhões, contra saques de R$        3,91 trilhões. Apenas os meses de junho, com R$ 2,59 bilhões, e        dezembro, com R$ 13,77 bilhões, registraram saldo positivo, com        mais depósitos do que saques. Nos demais meses do ano, houve        saídas líquidas.
      Os rendimentos creditados nas contas de poupança somaram R$        73,08 bilhões em 2023. Agora, o estoque aplicado na poupança é de        R$ 983,03 bilhões.
      O saque de recurso das cadernetas acontece em um momento de        alto endividamento no país. De acordo com o BC, o endividamento        das famílias - relação entre o saldo das dívidas e a renda        acumulada em 12 meses - em operações de crédito chegou a 47,6% em        outubro do ano passado.
      Dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e        Turismo (CNC) também apontam que o endividamento ainda alcança        cerca de 76,6% das famílias brasileiras.
      Os saques na poupança se dão também porque a manutenção da taxa        básica de juros, a Selic em alta, estimula a aplicação em        investimentos com melhor desempenho. Isso porque o rendimento da        poupança segue limitado.
      Atualmente, a poupança rende 6,17% ao ano mais a Taxa        Referencial (TR). Essa regra vale quando a Selic está acima de        8,5% ao ano, o que ocorre desde dezembro de 2021. Quando os juros        básicos estão abaixo desse nível, a poupança rende apenas 70% da        Selic.
      Fuga recorde
      O resultado negativo de 2023, entretanto, foi menor do que o        verificado em 2022, quando a poupança teve fuga líquida - mais        saques que depósitos - de R$ 103,24 bilhões. O resultado foi        recorde, em um cenário de inflação e endividamento altos. Em 2021,        a retirada líquida chegou a R$ 35,49 bilhões. 
      Já em 2020, a poupança tinha registrado captação líquida - mais        depósitos que saques- recorde de R$ 166,31 bilhões. Contribuíram        para o resultado a instabilidade no mercado de títulos públicos no        início da pandemia da covid-19 e o pagamento do auxílio        emergencial, depositado em contas poupança digitais da Caixa        Econômica Federal.
    
Tags
ISSO É BRASÍLIA




.jpg)