
Rompimento ocorreu em Cotiporã, na Serra Gaúcha
Por Alex Rodrigues - Repórter da Agência Brasil
      Parte da barragem da usina de geração de energia 14 de Julho,        na bacia do Rio Taquari-Antas, localizada no município de Cotiporã        (RS), na Serra Gaúcha, se rompeu no início da tarde desta        quinta-feira (2). A cidade fica a cerca de 170 quilômetros de        Porto Alegre.
      Em um vídeo divulgado nas redes sociais, o governador Eduardo        Leite afirmou que, segundo técnicos, o colapso não deverá causar        "a devastação de uma enxurrada". Mesmo assim, a população das        cidades que ficam abaixo do local do rompimento devem sentir os        efeitos do aumento do nível do rio Taquari.
      "Buscamos fazer todo o trabalho possível para evitar o        rompimento, mas [devido ao] volume de água não conseguimos ter        acesso [à barragem] com os helicópteros [mobilizados] para levar        os técnicos", comentou Leite. "Isso vai ter um impacto e estamos        trabalhando para mitigar os efeitos".
      Moradores devem sair de áreas de risco
      Em nota, a Defesa Civil estadual informou que já vinha        alertando a população para a elevação do nível do rio devido às        fortes chuvas que atingem o estado desde a última sexta-feira (24)        e que, com apoio de outros órgãos públicos, está retirando as        famílias que permaneciam nas áreas de risco.
      "A orientação expressa é que os moradores dos municípios de        Santa Tereza, Muçum, Roca Sales, Arroio do Meio, Encantado,        Colinas e Lajeado deixem as áreas de risco e procurem abrigos        públicos ou outro local de segurança para permanecer durante a        elevação de nível do Rio Taquari", alertou a Defesa Civil. 
      Também em nota, a Companhia Energética Rio das Antas informou        que detectou o rompimento parcial do trecho direito da barragem às        13h40. Ainda segundo a companhia, o Plano de Ação de Emergência já        estava em prática desde o início da tarde de ontem (1º), em        coordenação com as Defesas Civis da região, com acionamento de        sirenes de evacuação da área, para que a população local pudesse        ser retirada com antecedência e em segurança.
      "O grande problema agora é a velocidade com que a água vai        descer rumo [às cidades de] Santa Bárbara e Santa Tereza. A altura        da água não deve mudar muito, porque o nível do Rio das Antas [já]        estava passando sobre a barragem. O risco agora é a vazão a partir        da barragem 14 de Julho", disse o secretário da Casa Civil, Artur        Lemos, que no momento do rompimento já se encontrava em Bento        Gonçalves, cidade vizinha a Cotiporã. 
      Assim que foi informado do rompimento, o secretário determinou        que a equipe da Casa Civil contatasse imediatamente autoridades        públicas dos municípios abaixo da barragem para que tomassem as        medidas necessárias, como a evacuação de pessoas que continuam em        áreas de risco. Segundo a Casa Civil gaúcha, a Agência Nacional de        Energia Elétrica (Aneel) já está apurando as causas e        consequências do rompimento. 
      O mais recente balanço da Defesa Civil estadual, divulgado ao        meio-dia de hoje, aponta que ao menos 13 pessoas já morreram e 12        ficaram feridas, em todo o estado, devido às consequências das        chuvas intensas. As mortes já confirmadas ocorreram nos seguintes        municípios: Encantado (1); Itaara (1); Pântano Grande (1);        Paverama (2); Salvador do Sul (2); Santa Cruz do Sul (1); Santa        Maria (2); São João do Polêsine (1); Segredo (1) e Silveira        Martins (1).
      Mais cedo, a Defesa Civil chegou a contabilizar três óbitos em        Santa Maria, mas corrigiu a informação ao longo da manhã,        informando que uma destas mortes, na verdade, foi registrada em        Silveira Martins.
      Há 21 pessoas desaparecidas e mais de 67.860 mil pessoas já        foram de alguma forma afetadas por alagamentos, inundações,        enxurradas e vendavais. O número de desalojados, ou seja, de        pessoas forçadas a deixar suas casas e buscar abrigo na casa de        parentes, amigos ou em hospedagens pagas, já chega a 9.993,        enquanto os que tiveram que buscar abrigos públicos ou de        entidades assistenciais totalizam 4.599.
      Localização da barragem: https://maps.app.goo.gl/NYUBahKmCc1zMoW67
    




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