Pesquisa aponta que 53% dos profissionais LGBT+ já testemunharam discriminação no trabalho
Especialista Michelle Heringer alerta que discriminação impacta a saúde mental e a produtividade, e reforça a necessidade de medidas concretas para inclusão
Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil
Segundo a pesquisa realizada pela consultoria Travessia – Estratégias em Inclusão, foi revelado que 53% dos entrevistados que fazem parte da comunidade LGBT+ conhecem alguém que já sofreu preconceito no trabalho, o que evidencia a persistência desse problema no mercado corporativo.
O estudo, intitulado “Experiências LGBTQIAPN+ no Ambiente de Trabalho”, entrevistou 111 pessoas e apontou que 24% disseram já ter sido vítimas de tokenismo – quando as empresas adotam práticas superficiais de inclusão apenas para aparentar diversidade, sem mudanças estruturais reais.
Para a advogada especialista em assédio no trabalho, Michelle Heringer, é preciso ir além do discurso e adotar ações concretas para reforçar essa realidade. “A construção de um ambiente de trabalho verdadeiramente inclusivo exige comprometimento das lideranças, políticas claras de diversidade e canais seguros para denúncias. Além de ser uma obrigação legal e ética, promover a inclusão fortalece a cultura organizacional, melhora o clima interno e impulsiona a inovação, já que equipes diversas tendem a ser mais criativas e produtivas”, afirma.
Michelle Heringer, advogada especialista em assédio no trabalho
Além disso, 75% dos entrevistados afirmaram que suas empresas não possuem programas de contratação afirmativos para profissionais LGBT+, e 60% destacaram que não há metas institucionais para a inclusão dessa população. A ausência dessas iniciativas contribui para a perpetuação de um ambiente hostil e pouco receptivo à diversidade.
A advogada alerta ainda para os impactos negativos da discriminação contra profissionais LGBT+. “O preconceito pode se manifestar de diversas formas, desde piadas e comentários inadequados até barreiras invisíveis que impedem a ascensão profissional. Muitas vezes, a discriminação ocorre de maneira sutil, mas seus efeitos são profundos, afetando a autoestima, a saúde mental e o desempenho dos trabalhadores”, conclui.