A chegada da versão final do Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA), publicada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação em junho de 2025, e o avanço do Marco Legal da IA, aprovado pelo Senado no final de 2024, inauguram uma nova fase para o uso da inteligência artificial em estratégias de marketing e vendas no país.
Com diretrizes claras e regras de compliance cada vez mais exigentes, empresas brasileiras precisam equilibrar inovação e segurança para extrair o máximo potencial da IA. O PBIA estabelece metas e investimentos para pesquisa, adoção responsável e capacitação, enquanto o Marco Legal define princípios como transparência, mitigação de riscos e proteção de dados.
De acordo com dados do IDC Brasil (2024), 78% dos profissionais de marketing brasileiros já utilizam ferramentas de IA em suas campanhas. O levantamento mostra que as principais aplicações incluem personalização de conteúdo, automação de atendimento e análise preditiva para prever comportamentos de compra — exatamente os pontos que o novo cenário regulatório impacta diretamente.
Segundo Felipe Mendes, Diretor Comercial Nacional da T&D Sustentável, o momento representa uma oportunidade única para empresas que se movimentarem rápido:
“Com regras claras, a IA deixa de ser apenas promessa e vira ferramenta segura para escalar vendas. Quem se adaptar primeiro transforma risco em vantagem competitiva.”
Oportunidade: personalização e eficiência em escala
Com a IA, empresas podem automatizar a segmentação de público, criar experiências personalizadas em larga escala e prever tendências de consumo com alto grau de assertividade. Segundo a Salesforce (2024), organizações que aplicam análise preditiva impulsionada por IA chegam a aumentar suas vendas em até 20%, além de reduzir custos operacionais em até 50%, de acordo com o Gartner (2024).
Risco: compliance e responsabilidade legal
O outro lado da moeda envolve a necessidade de cumprir exigências de governança e transparência. O Marco Legal da IA exige que empresas documentem modelos, garantam rastreabilidade das decisões automatizadas e adotem medidas para prevenir vieses. Falhas nesse processo podem gerar sanções e danos reputacionais.
Como as empresas podem se preparar
Felipe Mendes aponta cinco ações essenciais para navegar com segurança e eficiência nessa nova realidade:
1. Mapear casos de uso de maior impacto – priorizar aplicações que gerem ganho direto de receita ou redução de custos.
2. Estabelecer governança mínima viável – políticas claras, registro de modelos e responsáveis definidos.
3. Auditar e monitorar constantemente – medir vieses, acurácia e impacto nos resultados.
4. Capacitar times – formar equipes de marketing e vendas aptas a interpretar e aplicar insights da IA.
5. Exigir transparência de fornecedores – conhecer dados de treinamento e metodologias usadas nos modelos.
“A regulamentação não é um freio, e sim um convite à profissionalização do uso de IA nas empresas brasileiras. Com processos robustos e execução ágil, é possível crescer mais rápido e com menos riscos”, conclui Felipe.
Com um cenário onde o PBIA oferece incentivos e o Marco Legal estabelece regras, 2025 se consolida como o ano em que a inteligência artificial deixa de ser terreno experimental e se torna parte estruturante da estratégia comercial das empresas brasileiras.