Antecipação de tarifas elevadas sobre o Brasil e outras economias eleva custo do capital e torna o crédito um diferencial de sobrevivência
Mesmo com alterações, o anúncio do presidente dos Estados Unidos Donald Trump de ampliar tarifas sobre produtos importados acendeu alertas em todo o mundo. No Brasil, o impacto direto se soma à pressão comercial e aos efeitos de disputas diplomáticas, atingindo setores estratégicos e alimentando a volatilidade no acesso ao crédito. O chamado tarifaço expõe fragilidades da economia global e força empresas a reavaliar fontes de capital para sustentar o crescimento.
Diante dessa situação de incertezas, quem antecipa riscos e reestrutura o capital ganha espaço. “Mais do que rever fornecedores e mercados, é preciso repensar a origem dos recursos que sustentam o crescimento. Quando as tarifas elevadas comprometem a previsibilidade das receitas e o crédito tradicional recua diante de custos e rigidez, a estruturação estratégica financeira se torna o diferencial entre estagnação e crescimento”, diz Marcos Koenigkan, Presidente do MEO Bank – Boutique de Crédito.
Os reflexos do tarifaço americano já se fazem notar. O anúncio de tarifas mais rígidas sobre exportações de diversos países, entre eles o Brasil, provocou uma reação imediata nos mercados: bolsas globais recuaram, investidores reduziram exposição e a aversão ao risco ganhou força. A agência de notícias britânicas Reuters relatou que a nova rodada de tarifas derrubou índices e obrigou governos e empresas a recalibrar acordos comerciais. Na prática, esse cenário alimenta instabilidade cambial e pressiona os custos de insumos importados, o que corrói margens e torna menos previsível o fluxo de caixa das empresas brasileiras. E a perspectiva é de que os efeitos se intensifiquem. Segundo o relatório Perspectivas Econômicas da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico), publicado em 3 de agosto, as medidas impostas pelo governo dos Estados Unidos tendem a acelerar a desaceleração do crescimento global.
No Brasil, o cenário também inspira preocupação. Setores como o de máquinas e equipamentos, carnes, café, frutas, móveis, produtos têxteis e calçados seguem entre os mais afetados pelas novas tarifas. Embora alguns consigam redirecionar a produção para outros mercados ou para o consumo interno, essa adaptação exige tempo e, em muitos casos, ajustes nos preços praticados. Enquanto calculam os prejuízos, as empresas desses segmentos já buscam alternativas para mitigar os impactos do tarifaço imposto pelos Estados Unidos.
Com tantas incertezas mundiais e aqui no Brasil, buscar crédito deixou de ser escolha e virou estratégia de quem empreende. Para Koenigkan, quem entende o risco e trata o capital como aliado, sai na frente. “O crédito já não é algo genérico e, nesse momento, virou peça-chave na estratégia de sobrevivência das empresas”, conclui.
Num mundo em que decisões tomadas em Washington reverberam diretamente no Brasil, empresas que se preparam com antecedência e operam com capital bem ajustado tendem a ter mais fôlego para atravessar períodos turbulentos e transformar ameaças em oportunidades.
Sobre
Marcos Koenigkan é empresário e investidor com atuação em setores como real estate, crédito corporativo e inovação em serviços. É fundador do MEO Bank – Boutique de Crédito e está à frente de negócios como o Catálogo das Artes, a LK Engenharia e o grupo Show Self Storage. Também integra a rede Mercado & Opinião, dedicada ao networking corporativo de alto impacto.