Neurocirurgião explica riscos e sintomas da concussão após acidente de ator
As filmagens de Homem-Aranha: Um Novo Dia, quarto longa da franquia estrelada por Tom Holland, foram interrompidas após um acidente no set no Reino Unido. Segundo o portal The Hollywood Reporter, o ator sofreu uma concussão durante as gravações e ficará afastado por alguns dias.
Fontes próximas à produção informaram que a situação está sendo acompanhada pela equipe médica. Executivos da Sony se reúnem nesta segunda-feira (22/9) para decidir como ficará o cronograma de gravações e quando os trabalhos serão retomados.
O que é concussão
De acordo com o neurocirurgião Victor Hugo Espíndola, a concussão é uma forma de traumatismo cranioencefálico (TCE) que precisa de atenção.
“Trata-se de uma disfunção transitória do cérebro provocada por um impacto direto na cabeça, ou por um movimento brusco que cause aceleração e desaceleração súbita do encéfalo dentro da caixa craniana. Esse mecanismo leva a alterações temporárias na função neurológica, sem que haja, necessariamente, uma lesão estrutural visível nos exames de imagem convencionais.
O impacto gera um estresse mecânico difuso nas membranas e nos axônios e um desequilíbrio no metabolismo cerebral, deixando o cérebro em um estado de ‘vulnerabilidade metabólica’, o que explica por que sintomas podem se prolongar mesmo após a aparente recuperação clínica”, explica.
Os sintomas mais comuns incluem:
Perda transitória da consciência (nem sempre presente)
Confusão mental, amnésia ou desorientação
Cefaleia, náuseas e vômitos
Distúrbios visuais, tontura ou desequilíbrio
Alterações emocionais e cognitivas
O especialista destaca que a concussão pode ocorrer mesmo sem perda de consciência, o que faz com que muitos casos passem despercebidos, principalmente em esportes de contato.
Ele reforça que o diagnóstico é clínico e depende de atenção ao histórico do trauma e à evolução dos sintomas. “Exames de imagem como a tomografia de crânio geralmente não mostram alterações, sendo úteis apenas para afastar lesões mais graves, como hematomas intracranianos”, completa.
Segundo Espíndola, o tratamento é baseado em repouso físico e cognitivo, monitoramento de sinais de alerta como sonolência excessiva ou convulsões e retorno gradual às atividades.