Pesquisas científicas indicam que o histórico familiar pode aumentar as chances de desenvolvimento de aneurismas, principalmente em casos de parentes de primeiro grau.
Quem tem parentes de primeiro grau que já sofreram aneurisma cerebral deve redobrar a atenção. Embora essa não seja uma condição exclusivamente hereditária, estudos indicam que o histórico familiar pode aumentar significativamente o risco de desenvolver a doença.
De acordo com o neurocirurgião Dr. Victor Hugo Espíndola , a predisposição genética, somada a fatores ambientais, influencia no surgimento dos aneurismas. “A predisposição genética pode contribuir para o enfraquecimento da parede dos vasos sanguíneos, o que favorece a formação de aneurismas. Quando há casos na família, o risco se torna ainda maior”, afirma o especialista. Aneurismas cerebrais são dilatações anormais nas artérias do cérebro. Quando rompem, podem causar Acidente Vascular Cerebral (AVC) hemorrágico — situação grave e de alto risco à vida.
Segundo o especialista, apesar de não existir um gene isolado identificado como causador da doença, a ciência já reconhece a influência genética no surgimento dos aneurismas, especialmente quando associada a quadros como hipertensão, tabagismo, sedentarismo e uso de drogas como a cocaína. “A hipertensão arterial é uma das condições mais frequentes entre os pacientes com aneurisma. Por isso, manter a pressão sob controle é essencial para quem tem histórico familiar”, orienta.
A boa notícia é que, com acompanhamento adequado, é possível identificar a presença de aneurismas antes que provoquem danos, com exames de diagnóstico que são angiotomografia ou angioressonancia. “Naqueles com histórico familiar, especialmente a partir dos 30 anos, recomendamos uma avaliação periódica com angiografia para confirmar a lesão e planejar tratamento. Detectar um aneurisma antes da ruptura pode salvar vidas”, ressalta o neurocirurgião.
De acordo com Dr. Victor Hugo Espíndola, a maioria dos aneurismas não dá sinais até o momento da ruptura. No entanto, em alguns casos, podem surgir sintomas como dor de cabeça súbita e intensa, visão embaçada, dor atrás dos olhos, dificuldade de fala ou perda de força em um dos lados do corpo. Diante desses sinais, a recomendação é buscar ajuda médica com urgência. “Cada minuto conta. Quanto mais rápido o atendimento, maiores são as chances de recuperação”, alerta.
Além do acompanhamento médico, mudanças no estilo de vida são fundamentais na prevenção. “Parar de fumar, praticar atividade física, manter uma alimentação equilibrada e controlar o estresse são atitudes que reduzem consideravelmente os riscos”, reforça.
O especialista ainda destaca que, para quem tem histórico familiar, o monitoramento deve ser constante. “A prevenção começa pelo conhecimento do próprio corpo e pela atenção aos fatores de risco. Com diagnóstico precoce e hábitos saudáveis, é possível conviver com essa predisposição sem grandes sustos”, finaliza.